Comparação nas Redes Sociais: Por que nos sentimos mal e como proteger sua autoestima?

Quem nunca rolou o feed do Instagram ou Facebook e, de repente, se sentiu inadequado? Vemos fotos de viagens incríveis, corpos “perfeitos”, conquistas profissionais brilhantes e relacionamentos que parecem saídos de filme. É quase inevitável: a comparação acontece. E, muitas vezes, deixa um gosto amargo, minando nossa autoestima e satisfação com a própria vida.

Mas por que fazemos isso? E, mais importante, como podemos navegar nesse ambiente digital sem deixar que a comparação constante afete nossa saúde mental? Entender o que está por trás desse comportamento  e aplicar estratégias conscientes  é essencial para proteger nossa autoimagem e cultivar a autoaceitação. E aqui, a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) pode ser uma grande aliada.

A natureza humana da comparação social

A comparação social é um processo psicológico natural. Sempre nos comparamos com os outros para entender quem somos, como estamos e para onde queremos ir. Isso, no passado, até nos ajudava a aprender com o grupo e a nos adaptar.

Mas nas redes sociais, esse processo foi distorcido:

  • Volume e constância: somos expostos a centenas de vidas diariamente, algo impossível fora do mundo digital.

  • Realidades filtradas: comparamos nossos bastidores com o palco editado dos outros.

  • Validação por números: likes e seguidores se tornam métricas de valor pessoal.

Os impactos da comparação na saúde mental

Comparar-se, especialmente de forma ascendente (com quem parece estar “melhor”), pode gerar:

  • Queda na autoestima: surgem sentimentos de inferioridade, insuficiência e frustração.

  • Insatisfação corporal: padrões de beleza irreais reforçam a autocrítica.

  • Ansiedade e depressão: a percepção de “estar ficando para trás” contribui para o sofrimento emocional.

  • Perfeccionismo disfuncional: nasce a ideia de que é preciso ser impecável o tempo todo.

  • Inveja e ressentimento: sentimentos que corroem relacionamentos e o bem-estar pessoal.

Estratégias inspiradas na TCC para proteger sua autoestima

A Terapia Cognitivo-Comportamental oferece ferramentas práticas para lidar com os efeitos negativos da comparação nas redes. Veja algumas estratégias:

1. Reconheça os gatilhos

Perceba quando, onde e com quem a comparação acontece. Que tipo de conteúdo ou perfil ativa esse desconforto?

2. Questione seus pensamentos

Diante de pensamentos como “a vida dele(a) é muito melhor que a minha”, reflita:

  • Será que estou vendo o todo ou apenas uma parte escolhida?

  • Estou sendo justo(a) comigo?

  • O que eu tenho de valoroso na minha vida?

3. Pratique a gratidão

Redirecione seu foco do que falta para o que você já tem. Anotar diariamente três coisas pelas quais você é grato pode mudar seu padrão de pensamento.

4. Cuide do seu Feed

  • Pare de seguir perfis que constantemente te fazem se sentir mal.

  • Reduza o tempo de uso e entre nas redes com intenção clara (e não só por hábito).

  • Lembre-se: você pode “limpar” seu ambiente digital.

5. Cultive a autocompaixão

Se acolha. Todos enfrentam dificuldades, e você não precisa estar bem o tempo todo. Fale consigo com a mesma empatia que teria com um amigo.

6. Invista em conexões reais

Relações presenciais e significativas nos lembram de quem somos de verdade, fora dos filtros.

7. Compare-se com você mesmo

Olhe para trás e veja o quanto já evoluiu. Celebre seu progresso — mesmo que pequeno.

Lidar com a comparação nas redes sociais é um desafio constante. Mas ao adotar uma postura mais consciente, compassiva e realista, você se protege. Valorize sua história, seu ritmo e sua jornada única.

Se a comparação tem afetado significativamente sua autoestima ou seu humor, considere buscar o apoio de um psicólogo. A psicoterapia pode ser um espaço valioso para fortalecer sua autoconfiança e desenvolver um relacionamento mais saudável consigo mesmo.

Este artigo tem caráter informativo e não substitui a avaliação e o acompanhamento psicológico profissional.

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